Optar por regar em dias alternados mostra-se eficaz para evitar o desperdício de água
Em tempos de economia de água, como ocorre atualmente na cidade de São Paulo, é muito importante atentar-se para não desperdiçar deste recurso natural. Mas mesmo assim, onde não há este tipo de problema, é necessário ter sempre a consciência de que a água é valiosa e deve ser usada com cuidado. O que fazer então para manter o paisagismo e evitar o desperdício? Existem algumas alternativas possíveis como diminuir a quantidade de regas por semana ou optar por um projeto arquitetônico que preze pelo racionamento e reutilização da água.
No caso de jardins já prontos e que são regados todos os dias, pode-se reduzir a rega para três vezes por semana; já os que normalmente eram regados em três dias alternados, dá para eliminar um dia e regar apenas duas vezes na semana. Assim as plantas recebem a água necessária sem prejudicar o reservatório de água.
A escolha das plantas também é algo que causa impacto no volume de água consumido nos cuidados do jardim. Por exemplo, espécies tropicais necessitam de mais rega do que espécies de origem européia: palmeiras necessitam de mais água do que pinheiros, e heliconias necessitam de mais água do que buxinhos. Ao idealizar um novo jardim, é indicada, para algumas espécies, a utilização de um gel durante o plantio que absorve a água e se expande, liberando o líquido gradativamente ao longo de aproximadamente 20 dias. Ou seja, a água não é desperdiçada no solo porque se mantém na raiz. É importante, porém, ficar atento para algumas plantas que não podem receber esse gel, pois podem acabar apodrecendo por causa do excesso de umidade.
O período de planejamento que antecede o início das obras para construir um novo jardim é o melhor momento para definir o uso de um sistema de reutilização, ou de aproveitamento de água da chuva, já que nesta etapa é possível dimensionar previamente o volume do reservatório em relação ao tamanho do jardim e às necessidades específicas de cada espécie. Mas fazer este tipo de obra em um jardim já pronto pode ser complicado, e em alguns casos seria inviável economicamente. Uma alternativa é fazer a captação da água da chuva através de calhas nos telhados que levam o líquido para uma cisterna, que pode ser encontrada em lojas de materiais de construção. Essas cisternas devem ter os filtros necessários para eliminação da sujeira e, em alguns casos, uma bomba também é indicada para levar a água reaproveitada para torneiras externas e sistemas de irrigação do jardim.
Durante períodos de escassez a maior preocupação com a água é evitar o desperdício e buscar por alternativas que beneficiem não somente a beleza do jardim, mas que contribuam também para a economia e o reaproveitamento de recursos naturais.
Artigo de Daniela Sedo – Arquitetura e Paisagismo – www.danielasedo.com.br